quarta-feira, 27 de agosto de 2008

E para onde vai a glicerina?

Tão crescente quanto a popularidade do biodiesel, a produção de glicerina – co-produto da reação entre óleos vegetais e álcoois – vem causando enorme polêmica em diversos ramos da indústria química.
Especialistas afirmam que sua produção atual já ultrapassa sua demanda, levando a uma brusca redução de seu preço no mercado nacional. Em 2005, um quilo de glicerina custava cerca de R$ 3,00, atualmente, observa-se uma queda de quase 50 % nestes valores, podendo ser comprada a menos de R$ 1,60/ kg.
Sua desvalorização frente às exportações é outro fator preocupante. A glicerina obtida ao final do processo de produção de biodiesel apresenta um baixo grau de pureza, reduzindo ainda mais seu valor de mercado.
Sua principal aplicação é na indústria de cosméticos, além disso, pode ser utilizada como matéria-prima para diversos produtos farmacêuticos, alimentícios (por ser levemente adocicada), bebidas, papel, resinas, entre outros. Atualmente, ela apresenta inúmeras utilidades, porém não suficientes para absorver toda a oferta deste produto.
Desta maneira, diversos setores da indústria química aliados aos grandes centros de pesquisa e universidades não estão medindo esforços quando se trata de desenvolver novas aplicações para a glicerina, principalmente, quando se avalia a possibilidade de substituir compostos de origem não-renovável pela mesma. Diante deste desafio, o programa nacional de biodiesel acaba sendo visto como um grande vilão da história, por ser o causador desta alta oferta de glicerina no mercado nacional. Porém, deve-se levar em consideração que desde que o programa foi criado, muitas outras utilidades para a glicerina já foram testadas e desenvolvidas, impulsionando fortemente o surgimento de novos setores industriais e conseqüentemente, a geração de novos empregos e maior renda ao país. (LETÍCIA MARCINIUK)

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