terça-feira, 19 de agosto de 2008

PENITENCIÁRIAS AMBIENTAIS

No ritmo em que as coisas estão indo, dentro em breve os governos vão ter de se envolver com mais um tipo de gasto. Não deve estar muito longe o dia em que serão construídas aquilo que por hora vamos chamar de “penitenciárias ambientais”. Certamente serão obras caríssimas, com muita segurança, que empregarão mais um fardo de pessoas que sobreviverão às custas da teta gorda do governo.
E atrás das grades das “penitenciárias ambientais”, uma leva de indivíduos condenados por crimes contra a natureza. Alguns seriam então classificados como bandidos de alta periculosidade, por terem cometido crimes hediondos: desmataram com fins de lucro. Muitos teriam cometido crimes graves e ganharam penas severas, mas ainda estão em condições de possíveis re-socializações: cortaram árvores para uso em propriedades. Uma terceira classe de presos teria cometido crimes menores, mas não escaparam da severidade da legislação e foram parar atrás das grades: mataram pequenos animais silvestres, ora para comer uma carne exótica juntamente com a sua família dentro de um ambiente de sobrevivência, ou por acidentes pelas estradas rurais, pistas... Um corró seria destinado aos que cometeram infrações leves, passíveis de multas e detenções em pequenos períodos talvez não superiores a 30 dias: esses criminosos teriam colhido gravetos e lenha para uso doméstico, colheram flores de árvores nativas, pescaram lambaris nos riachos, mataram alguma pombinha no palhada da colheita ou que estavam comendo sementes semeadas...
Entre os bandidos ambientais de alta periculosidade possivelmente estarão aqueles que também produziram alimentos em suas propriedades, contrariando à imposição ambientalista de que os alimentos só podem ser produzidos por empresas agrícolas devidamente certificadas, com selo ISO muito acima dos 9002. Somente as empresas autorizadas produzirão alimentos e os que não obedecerem a tais regras serão considerados de grande periculosidade. Aliás, até para sentar-se à mesa e comer, as pessoas terão que obedecer às imposições de outros profissionais, dos quais uns seriam nutricionistas. E para comer as pessoas terão de ter diploma de um curso especifico sobre o assunto. Sem contar que água será bebida de classe alta e os pobres receberão kits dos governos, contendo algum tipo de produto industrializado para amenizar a sede. Provavelmente a população será dividida entre três classes: os governantes, os que mamam na teta do governo, e os beneficiários dos programas governamentais. Assim teremos bolsas para tudo. Uma escravidão verde e completa submissão às regras dos programas. E olhe lá que não vai ser nem um pouquinho difícil ser implantada a pena de morte, não para os criminosos contra a vida humana, mas para os que cometerem os chamados “crimes ambientais hediondos”. Afinal, a vida de qualquer capivara ou tatu vai valer mais que a de um homem ou mulher. Numa dessas, pode haver incentivos a quem criar em suas casas, junto com suas crianças, alguma espécie de serpente ou animais peçonhentos. Haverá com certeza quem proíba ao casal ter mais que um filho, mas em contrapartida exija-se das famílias a adoção de gatos, cães, ratos, cascavéis, gaviões, ouriços e outros...Bom, isto não são previsões macabras nem loucas. Apenas uma suspeita de que poderá acontecer. Afinal de contas, no tempo presente as imposições são tantas que já não podemos duvidar de mais nada. As regras do jogo mudam com constâncias imprevisíveis, onde a corda sempre quebra do lado mais fraco, conforme já o profetiza o dito popular inventado sabe Deus quando e onde. Neste cenário já se vê a realização da profecia bíblica de que chegaria um dia em que as mulheres lamentariam o fato de terem tido filhos e chamar-se-á de benditos aos ventres que não conceberam bem como os seios que não amamentaram. Sem querer entrar no mérito do aspecto religioso, que por hora parece banal diante do ceticismo da era moderna, calham tais profecias com os rumos que a humanidade ganha. Pois estamos entre duas colunas completamente palpáveis: o mundo grita por Paz, mas a guerra cresce a cada dia contra toda a espécie de vida justamente com as regras, leis, decretos, normas, acordos e tratados. Só não vê quem não quer. (ODAIR ROBERTO)

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