Clima chuvoso está favorecendo a proliferação da buva, uma erva daninha também conhecido como “voadeira”. A infestação desta erva está dando preocupação para agricultores, técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos, uma vez que a presença nas lavouras de verão são indícios de despesas com herbicidas.
De acordo com o engenheiro agrônomo José Carlos Braciforte, presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Vale do Piquiri (AEAVP), a buva é uma erva daninha que ganhou espaços através das plantações de milho de safrinha. No ano passado já houve grande infestação, onde nem todos os agricultores realizaram controle de maneira adequada, segundo Braciforte. E no ano em curso a infestação está sendo muito grande, chegando-se a perceber mais de mil plantas por metro quadrado, em determinadas localidades. O agrônomo orienta aos agricultores para realizar as aplicações de herbicidas no estágio certo, para o controle da infestação da erva daninha.
Entretanto, entre a grande população de buva já existem certas espécies que estão resistentes aos produtos utilizados para controle, principalmente para o princípio ativo glifosato. Em anos anteriores também já houve casos de ervas daninhas se tornarem resistentes aos herbicidas, como foi o caso do leiteiro (amendoim brabo) e picão. Como a buva é uma erva daninha que geralmente nasce nos meses de julho e agosto, o aumento da infestação dever-se ao aumento do cultivo de milho safrinha tanto na região de Ubiratã quanto em toda a região Oeste do Paraná.
Braciforte explica que a buva basicamente veio do Rio Grande do Sul, onde já causou e ainda continua causando problemas aos agricultores. “É importante que o agricultor procure o seu engenheiro agrônomo para que faça o controle da planta nova”, explica Braciforte, salientando que existe tecnologia para controlar a erva desde que esteja nova, pois quando já estiver como planta adulta o controle é praticamente inviável através de herbicidas químicos. Ele conta que em alguns casos os produtores apelaram para o plantio convencional para fazer frente à infestação da buva, mas neste caso seria um retrocesso na tecnologia de plantio.O agrônomo conta que em algumas localidades foi feito o controle das ervas há cerca de vinte dias e novamente está ocorrendo a germinação de nova remessa da buva, o que vai ser necessário nova aplicação de herbicida. “Mesmo que seja preciso fazer duas aplicações antes do plantio da soja, é necessário que não deixe a planta ficar grande”, sentencia Braciforte. No caso de terrenos onde foi semeada a aveia sobre os restos da cultura do milho forma-se como que uma manta que vai impedir a germinação da buva. A presença da buva em meio à plantação de soja pode resultar em significativa redução da produção, devido à concorrência desta planta daninha com a lavoura. (FOTO: ODAIR ROBERTO / O VALE)
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
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3 comentários:
Caros colegas,
concordo que é necessário muita atenção para o adequado controle da buva. Entretanto diversos trabalhos tem demonstrado que os biótipos resistentes desta espécie não apresentam reação ao Glifosato, inclusive em dosagens elevadas. Por tanto, não concordo com o colega Braciforte que considera um retrocesso tecnológico voltarmos a plantar soja convencional, ora, se teremos que usar mais herbicida para controlar determinada sp. e com isso aumentar os custos de produção, a mão de obra e os impactos ao meio, caem por terra as supostas vantagens da tecnologia da soja transgênica: facilidade de manejo e redução do uso de herbicidas. Assim sendo, talvez seja mais prudente continuarmos com o trabalho de melhoramento da soja convencional, que no Brasil ao contrário dos EUA continua sendo realizado, ao invés, de insistir numa tecnologia que pouco à pouco vai se apresentando menos eficaz.
Thiago F. Veiga, Eng. Agrônomo
Amigo Thiago F. Veiga deve estar mais atento ao texto, pois ao dizer plantio convencional, Braciforte faz referência ao manejo do solo e não à utilização de soja transgênica ou não. Além do mais, plantar soja convencional não é, nem nunca será, retrocesso tecnológico, pois o mundo ainda não aceitou inteiramente a tecnologia da transgenia, além de que as maiores produtividades atuais são conseguidas com cultivares convencionais, ao menos na minha região...
Abraço a todos.
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