quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Vila Ubiratã

"O resultado desse lançamento seria uma reforma agrária completa.
Havia o núcleo da cidade, encarapitada sobre o topo do espigão,
cercado por um cinturão verde, estrategicamente organizado
para a produção de alimentos, e a partir daí os sítios, entre um e vinte
alqueires e depois as fazendas maiores - todos com água e estradas
disponíveis." do livro Ubiratã- História e Memória

Eu sou daqueles que vibra de paixão por minha Ubiratã. Tudo o que nela acontece, e aconteceu, me interessa. Já li, reli e "treli" (será que existe o verbo treler no significado de ler três vezes?) o livro "Ubiratã - História e Memória" que os ubiratanenses devemos agradecer à dedicação da Selene de Carvalho e Aumira Jurandy. É obra preciosa, não dá para deixar de ler e guardar.

Foi "quadrilendo" (Mais esse? Verbo quadriler?) o livro que me atentei. Antes de ontem, há 53 anos, o acampamento Saiju transformou-se em Vila Ubiratã. Ainda que só na imaginação, pois ainda aqui não morava, mas estava escrito nas estrelas que esse seria meu destino, também fui despertado pelo ruidoso foguetório no amanhecer do dia 19 de fevereiro de 1 956. Era barulho para acordar e saudar os compradores de terra, "...do Brasil inteiro e até do Paraguai.", que aqui estavam. Tinham antecipadamente confirmado a presença. Muitos dormiam no Hotel Ubiratã, do Watanabe, na esquina da rua Princesa Izabel com Brasília.

Naquela data, 19 de fevereiro de 1 956, foi feita a inauguração da Vila Ubiratã, com grande venda de lotes de terra. Os funcionários da colonizadora Sinop foram orientados para organizar tudo da melhor maneira possível. Aliás, os diretores, Ênio e João Pedro, não economizavam na realização desses eventos, queriam-nos sempre bem feitos. Sabiam da importância do encantamento para mais facilmente atingir um objetivo. No caso, colonizar a Gleba Rio Verde. Ao lado do escritório da Sinop e próximo da pista de pouso, recém construídos onde hoje está, respectivamente, o Banco do Brasil e avenida Nilza, foi armado até um estratégico portal com galhos de palmito para impressionar os compradores. Palmito é árvore indicadora de terra fértil. Ali 60 ou 70 jipes e igual número de corretores (Ubiratã deve muito a esses profissionais da intermediação!) aguardavam os compradores para levá-los a conhecer a região que pré-selecionaram no mapa da Gleba.

Tinham que partir cedo, para retornar a tempo de participarem da churrascada, com muita carne de caça, que estava sendo preparada numa das partes mais bonitas da nova Vila: o platô onde está construído o Fórum. No meio da mata das madeiras duras, "O lugar foi preparado para impressionar os visitantes. Retirados os espinhos, cipós, folhas secas, deixando à vista frondosas perobas, canelas, cedros e outras madeiras de lei, inclusive palmitos que, além de ornamentar o cenário, foram usados na preparação do almoço." - lembra esse verdadeiro arquivo-vivo de nossa história, o Vilder Bordin.

A posterior transformação da Vila Ubiratã em ente federativo do Brasil foi rápida. Distrito em setembro de 1 957, Município em novembro de 1 961 e Comarca em dezembro de1 963. A Sinop tinha excelente relacionamento e muito influência nos poderes do Paraná. Relacionamento e influência que hoje, graças a Deus, os nossos líderes políticos e comunitários reconstruíram.

Ao ler atentamente o livro de nossa história se fica com uma clara impressão. Devemos sempre dar "honra e glória aos fundadores" e aos autores de conquistas para o engrandecimento de Ubiratã. Todos eles revelaram um só desejo: que as gerações futuras de ubiratanenses sejam mais felizes que a do tempo presente. E olha que agora Ubiratã já é ótimo lugar.

* valdir d'alécio

Um comentário:

Anônimo disse...

Quem é o senhor na foto?