terça-feira, 23 de setembro de 2008

NÃO DURMA EM TRABALHO

(Odair Roberto)

Foi de fato uma coisa bastante inesperada. Tanto trabalho para preparar o evento e de repente a notícia que o padre Reginaldo Manzotti não poderia vir a Ubiratã para o evento de hoje (dia 20) à tarde, no Estádio Claudinão. A agenda cancelada afetou também as cidades de Pato Branco, no sudoeste do estado, e Paranavaí, no norte, por onde o sacerdote passaria antes e depois de Ubiratã, respectivamente.
A notícia deixou contristada a população que esperava ansiosamente pela oportunidade de acompanhar ao vivo a Missa de um dos sacerdotes mais populares da atualidade em nosso país. Olhe lá se não é o mais popular!!! O que tem de especial ele, se o seu sacerdócio é o mesmo recebido por tantos outros? O que faz ele para que seu trabalho conquiste tanta apreciação, enquanto outros que receberam a mesma missão chegam quase que a causar arrepios aos fiéis quando aparecem?
Pessoalmente não conheço o padre Reginaldo Manzotti, mas apenas acompanho alguns momentos de sua programação pela rádio Nova Clube e pela TV Vale. São momentos que vejo ou ouço enquanto executo o meu trabalho. Admiro a maneira como o sacerdote, ainda tão jovem, cativa o coração dos fiéis. É interessante como suas palavras transmitem um clima de serenidade, seriedade e santidade. Deveria ser justamente isto o que todo sacerdote deveria fazer. Algo mais: direcionar seu trabalho para o conforto espiritual e a íntima convivência da pessoa com o Deus Criador, através de Jesus Cristo e da Igreja. Isto, a meu ver, é o cerne da missão da Igreja: conduzir as pessoas para Jesus Cristo e para a Salvação. Ações sociais são importantes, mas não é a principal atividade da Igreja. Cometem erros aqueles sacerdotes que em vez de levar Jesus Cristo às pessoas e vice versa, levam os fiéis para os caminhos da sociologia, partidarismo políticos, populismo desnecessário...
“Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec”, reza um trecho da Palavra Sagrada. E ser sacerdote é ser ponte entre o ser humano e Deus, entre o mundo contemporâneo e o eterno, entre a vida material e a salvação da alma. Produz mais e melhor aquele que se torna ponte para a graça, aquele que alimenta “seu rebanho” com as graças divinas, aquele que não se fia nas querelas da vida material, aquele que olha o mundo com os olhos do desejo divino, que é a salvação das almas. “Que adianta ao homem ganhar o mundo, se vier a perder a sua alma?”, questionou o próprio Cristo em certa ocasião. E enquanto muitos sacerdotes se envolvem em demasia com aspectos de política partidária e sociologia, muitas almas estão sedentas de paz, famintas de socorro espiritual, carentes do afago dos “Ministros dos Poderes de Deus” (como assim disse padre Jonas Abib ao se referir à pessoa dos sacerdotes).
Como conseqüência lastimável dos avanços tecnológicos e mudanças radicais da estrutura familiar e social, muitas pessoas estão necessitadas de uma atenção especial por parte daqueles cujas mãos receberam a Unção Sacerdotal para levar as graças divinas às almas. Seriam simples carências afetivas ou fraquezas humanas o que sofrem tais pessoas? Às vezes sim, em grande parte não. Pois se o fossem, os profissionais de áreas da ciência humana resolveriam. Mas enquanto se multiplicam profissionais para atuarem em consultórios, multiplicam-se pessoas em crise existencial, justo pela falta de Deus em suas vidas.E é justamente em tais situações que o Diabo pode ganhar uma alma que seria de Deus, se muitos responsáveis pela evangelização não “dormissem em trabalho”.

Nenhum comentário: