segunda-feira, 30 de junho de 2008

MUNÍCIPE ADOTIVO

Alegra-me sobremaneira identificar-me como cidadão ubiratanense, muito embora tenha nascido em outro município. Mas tendo chegado a este torrão ainda criança e aqui tendo vivido desde a infância, considero-me também um ubiratanense. Se não foram grandes e importantes as coisas que consegui realizar ao longo da história, da minha história faz parte esta cidade, que quero ver cada vez mais bonita, bem estruturada e com gente que tenha razoes, muitas razões para ser feliz.
Quando cheguei a Ubiratã em companhia da família a realidade era muito distante do que vivemos agora. Mas grandes benefícios de hoje estavam sendo conquistados exatamente naquele período, por pessoas que olhavam o futuro da cidade e vislumbravam tempos melhores. Basta citar o grande empenho de políticos e empresariado para que a BR 369 fosse desviada de seu curso original e viesse a ser construído como hoje está, cruzando o nosso município e oferecendo ao mesmo todas as vantagens que a pista pode dar.
A Ubiratã daquele tempo era de grande população na zona rural, propriedades onde necessitava o trabalho de muitas pessoas. A colheita era farta, apesar de ser muito árdua. O padrão de vida era muito simples, mas centralizado na boa vivencia de famílias e comunidades. Já vivíamos o tempo do início da mecanização das lavouras. As trilhadeiras (de marcas conhecidas como Maringá, Lindner e Triton) trabalhavam até altas horas da madrugada, na colheita da soja. Logo pintam na área as primeiras colheitadeiras, daquelas que ensacavam a soja lá no alto da máquina e deixava a sacaria espalhada pelo meio da roça. Mais um pouco e chegam máquinas maiores, de cor verde, e nome estampado bem à frente, em letras garrafais: CLAAS. Já era tempo de colheita a granel, que despejada em carreta de trator era depois ensacada para ser levada até os armazéns das cerealistas.
Mais um tempo se passa e a colheita passa a ser transportada também em granel. Elimina-se a mão-de-obra. Diminuem-se as oportunidades de trabalho no campo. Aguça-se o famigerado êxodo rural, que vai inchar as periferias das cidades e deixar o campo com longas distâncias entre as residências. As famílias, agora reduzidas significativamente em número de integrantes, também vão perdendo alegrias que eram mantidas com a convivência entre a vizinhança na reza de terços, nas festas populares de comunidades, no jogo de futebol e coisas mais.
Agora, depois de perfazer 38 anos de história como munícipe adotivo de Ubiratã, vejo um projeto de futuro que se preocupa de fato com o amanhã de nosso povo. Já perdemos muito com os desmandos de alguns, no passado. Ubiratã poderia estar muito melhor que hoje, se não fosse o comodismo de quem deveria ter trabalho em triplo pela cidade. A cidade poderia estar melhor não fosse a enganação sofrida por quem muito trabalhou e viu seu trabalho passar como nuvem ao vento. Mas Ubiratã também reluz, como uma bela estrela no imenso Vale do Piquiri, para maior engrandecimento de seu povo, sua população. Aplausos aos homens e mulheres que no passado lutaram seriamente, vislumbrando no horizonte uma Ubiratã como que a hoje desfrutamos. Lamentos àqueles que em vez de pensar no município como um todo, pensaram apenas em suas próprias pretensões e articulações. Boas-vindas a todos que estão descobrindo em nossa cidade um lugar para se viver com dignidade.Urge pensar seriamente a Ubiratã do porvir. Faz-se necessário vislumbrar o futuro que terão os nossos descendentes. Assim como no passado minha família viu em solo ubiratanense a chance de mudar de vida, vislumbremos hoje a maneira de nossos descendentes terem vida digna no futuro, com trabalho digno, estudo de qualidade, melhor estrutura no atendimento para a saúde, respeito no campo das atividades culturais, qualificações em todas as demais áreas... Acima de tudo, uma Ubiratã onde as pessoas sejam de coração voltado a Deus. E que Deus nos seja propício em nossos bons intentos...
(Odair Roberto)

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