terça-feira, 5 de maio de 2009

Diversificação garante permanência de família no meio rural


Com as costumeiras crises que atingem diretamente o setor rural, hora por um motivo, hora por outro, cada vez mais fica patente que a diversificação é a saída para que as famílias rurais continuem trabalhando no campo e conquistando o necessário para uma vida digna. Uma prova disto é o que acontece na propriedade de Roberto Penaroti, morador da estrada Cibele, na região da comunidade Três Placas. Com a esposa e um casal de filhos, uma vez que uma filha já se casou, o agricultor aproveita sua pequena propriedade de diferentes jeitos. Além da produção de leite tem também um aviário de frangos de engorda, cujo financiamento termina de pagar ainda neste ano. E animado com o progresso da avicultura de corte está se envolvendo com a construção de mais um aviário, desta feita com tamanho quase o dobro do primeiro.
Mas a família se envolve com outro ramo bem diferente, que é o café. Num terreno mais acidentado há uma área de meia quarta de terras com o cafezal adulto e outra meia quarta que foi plantada há pouco tempo. A produção da área é beneficiada na mesma propriedade e comercializada nos estabelecimentos de Ubiratã. Da lavoura a produção vai para o terreiro cimentado próximo à residência, onde é mergulhado em uma caixa d´água para retirar terra e pedras. Depois vai para a secagem ao sol, no terreirão. Quando atinge o ponto certo é armazenado, para ser posteriormente beneficiado conforme a demanda.
Roberto conta que adaptou uma máquina para descascar o café em grãos, que depois de limpo vai para a torrefação. O café torrado é moído, empacotado e pesado, com o auxilio dos filhos, que adquiriram grande habilidade no serviço. Com isto está pronto para ser levado aos pontos comerciais da cidade. Com todos esses serviços a vida no sítio é bastante corrida, necessitando sempre a presença nos diferentes ambientes. “O café é o mais complicado, mas a gente arruma uns companheiros pra ajudar na colheita”, conta Roberto Penaroti, salientando que já no aviário o processo é muito simples. “Com tudo o que a gente tem aqui o serviço do dia-a-dia exige que a gente esteja presente”, explicou.
Ele entende que a diversificação sempre foi o ideal para as famílias que atuam no meio rural. Mesmo nos tempos da lavoura tradicional utilizava a diversificação, com soja, algodão e feijão. O surgimento da avicultura de corte trouxe uma opção a mais, principalmente com as crises enfrentadas na última safra de soja e a situação atual, com o milho da safrinha. Penaroti aponta também para a existência da feira do Produtor, que é uma maneira de diversificar a atividade rural e assim obter renda mensal e não depender apenas do resultado das lavouras mecanizadas.
Roberto manifesta seu contentamento no trabalho com o café, mas salienta que não pensa ampliar muito a atividade. De imediato o que ele mais quer é atender bem a clientela ubiratanense, oferecendo um produto de qualidade. Quando muito seus planos são para as cidades vizinhas, mas o foque é Ubiratã, disponibilizando produto novo em cada semana. (FOTO: ODAIR ROBERTO / O VALE)

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