terça-feira, 10 de março de 2009

LEITURAS

Tudo começou quando, ainda guri, por volta dos 15 ou 16 anos, descobri um baú de livros no porão da casa dos meus avós. Estava ali para começar estudar no colégio católico Pio XI, na bela e próspera cidade paraibana de Campina Grande. A quantidade de livros era grande e os títulos eram fascinantes, mesmo para um garoto provinciano egresso da fazenda paterna. Lá estavam: Servidão Humana (Somerset Maugham), Comédia Humana (Honoré Balzac) e várias outras obras de autores como Érico Veríssimo, Vargas Vila, Bocage, Humberto de Campos, Machado de Assis, Seleções, revista mensal, tipo folhetim de origem americana, reportagens sobre os mais variados assuntos. Naturalmente, assim na verde idade era um rapaz namorador e curioso em temas como sexo, cerveja, futebol, carnaval, etc. Tudo coisas normais de um jovem na puberdade, no tempo da brilhantina. Claro não havia televisão, revistas pornográficas e muito menos filminhos imorais ou qualquer tipo de droga. Cigarrinho Hollywood para os mais ousados, o que não era o meu caso.
Mas o mistério que me intriga até hoje, foi como sem qualquer orientação pedagógica, fui tomando o hábito e gosto pela leitura de tudo que via pela frente. Eram livrões de 200 ou mais páginas, sem falar na Comédia Humana – de Balzac, 17 volumes, cada um com muitas páginas. Rastignac era um dos personagens mais interessantes da famosa obra. Devorava tudo com interesse e gula quanto às peripécias dos personagens situados na Paris romântica do final do século XIX. Conquistador irresistível, que não deixava escapar ninguém com rabo de saia... Boêmio de aventuras inigualáveis. E com ele, eu jovem de tudo, mentalmente, viajava.
Depois de tanto tempo já rolado, atribuo o gosto pela leitura por obra e graça da minha mãe D. Clotilde, que além dos deveres normais da vida doméstica, era uma leitora insaciável. É possível que tudo tenha começado a partir deste exemplo maravilhoso, iniciado na minha tenra idade. Reconheço, tenho enorme gratidão e pela sua alma tenho rezado através dos tempos.
Ainda hoje continuo sendo um leitor aplicado. Leio de tudo e tudo neste mundo, me interessa. Em viagens ou passeios rápidos, a minha maior satisfação é visitar livrarias em busca de novidades literárias, curioso que sou, pelo que está escrito referente às proezas humanas na face da terra. Inclusive, quando há sobra de tempo, jamais dispenso uma breve visita a depósitos de livros antigos e usados em qualquer cidade que esteja. Ir a Curitiba, S. Paulo, Rio de Janeiro ou Paris, sem visitar um “sebo” para mim não tem graça... Podem crer! Depois de muitos invernos a vida não é fácil. Leituras do presente ou do passado ajudam muito na rotina existencial!

ANTENA
*** NECOLATRIA – A diferença entre nós e um condenado à morte é que ele sabe o dia.
*** DITADO – O pior de tudo é o dinheiro roubado e o ladrão solto. *** BIOLOGIA – Nenhuma cobra é imune ao seu próprio veneno.
*** BIOLOGIA – Nenhuma cobra é imune ao seu próprio veneno.

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